George Weah, ex-jogador de futebol e presidente da Libéria, em discurso

Como tem sido o governo do presidente George Weah na Libéria?

Por Luiz Vendramin Andreassa

Qual é o maior reconhecimento individual que um jogador de futebol e um político podem receber? Para o jogador, é ser considerado o melhor do mundo; para o político, ser eleito presidente do seu país. George Weah conseguiu ambos: enquanto jogava pelo Milan, ganhou a Bola de Ouro e o prêmio da Fifa; duas décadas depois, tornou-se presidente da Libéria, função que exerce até hoje. Mas será que ele tem repetido, na política, o sucesso que teve nos gramados?

Para começar a responder essa pergunta, primeiro é preciso dar dimensão de quem foi King George nos gramados – até para apresentá-lo aos representantes da nova geração que porventura não o viram jogar. Nascido na região de Montserrado, ele cresceu em meio à pobreza que aflige a maior parte da população de seu país e viu no futebol a grande chance de ascensão social. Depois de passar pelas categorias de base do Young Survivors, chegou ao profissional e, antes de completar 21 anos, já tinha conquistado o campeonato nacional por duas equipes, o Mighty Barolle e o Invincible Eleven.

As boas atuações o levaram ao Tonnerre Yaoundé, de Camarões, onde seguiu se destacando até chamar a atenção do técnico do Monaco, um tal de Arsène Wenger. Foi seu primeiro passo para conquistar a Europa. Weah jogou por quatro anos no time do principado e conquistou a Copa da França antes de se transferir ao PSG. Foram mais quatro troféus levantados na nova etapa, incluindo a Ligue 1 da temporada 1993-1994.

Novamente, seu desempenho foi premiado com um passo à frente na carreira, e Weah foi comprado pelo Milan, em 1995. Àquela altura, talvez poucos apostassem que o atacante vindo de um pequeno país da África Ocidental pudesse se tornar o astro de um time recheado de estrelas do futebol mundial. Mas foi justamente ao lado de Paolo Maldini, Franco Baresi, Alessandro Costacurta, Roberto Baggio e Dejan Savićević que ele chegou ao ápice.

O reinado em Milão e o topo do mundo

Combinando força e velocidade fora do comum a uma técnica versátil e fatal de finalização, George Weah consolidou seu nome diante da Europa e do mundo. Longe de ser um centroavante fixo, praticou o estilo de jogo que consagraria Ronaldo – seu rival entre 1997 e 2000 – e foi fundamental para a conquista da Serie A logo no ano de sua chegada a Milão.

Foi naquele 1995 que ele fez história no futebol mundial. Até então, a revista France Football só concedia a jogadores europeus o prestigiado prêmio Bola de Ouro. Justamente na primeira edição em que essa regra caiu, Weah foi o escolhido. Pouco depois, nova votação o colocou como o melhor do planeta pela Fifa. Até hoje, ele é o único atleta africano a conquistar essas condecorações.

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Suas passagens seguintes por Chelsea, Manchester City, Olympique de Marseille e Al Jazira não foram tão gloriosas, apesar de vencer a Copa da Inglaterra pelo clube de Londres em 2000. Ainda assim, a forma como (literalmente) arrastou marcadores e estufou as redes durante os anos 1990 foi o bastante para lhe dar um lugar na lista Fifa 100, dos 100 melhores jogadores do planeta, elaborada por Pelé.

Porém, nem só de gols, troféus e prêmios individuais foi feita a carreira de George Weah. Após o apito final de uma partida contra o Porto, pela fase de grupos da Liga dos Campeões da temporada 1996-1997, o liberiano atacou o zagueiro Jorge Costa com um soco no nariz. Ele justificou a atitude como uma resposta a ofensas racistas que ouviu em campo, mas anos depois voltou atrás e pediu desculpas ao português. A agressão lhe rendeu um gancho de seis jogos no torneio europeu.

Curiosamente, no ano seguinte, a UEFA lhe concedeu o prêmio fair-play. O motivo não foram seus méritos dentro das quatro linhas, mas fora delas – e aqui começamos a conhecer a verve política do maior jogador da Libéria. Por meio da fundação que levava seu nome, George Weah prestou socorro às vítimas da guerra que afligia seu país. Em 1994, começou a trabalhar com a UNICEF (órgão da ONU para a infância e a juventude) em programas de vacinação e contra a AIDS. Para completar, ele praticamente bancou do próprio bolso os custos da participação da seleção liberiana na Copa das Nações Africanas de 1996.

A atuação em diversas causas humanitárias levou Nelson Mandela, grande líder da luta contra o racismo e presidente da África do Sul, a chamar Weah de “orgulho da África”. Em seu país natal, as pessoas o viam de forma similar: como grande ídolo e referência de sucesso. Após sua aposentadoria, o jogador resolveu aproveitar a popularidade para seguir a carreira política.

Ele voltou à Libéria em 2003 como embaixador da boa-vontade da ONU e, em 2005, concorreu à presidência, mas foi derrotado por Ellen Johnson-Sirleaf. Seis anos depois, candidatou-se ao cargo de vice-presidente, novamente sem sucesso. Já em 2014, venceu a eleição para o Senado, o que lhe colocou em melhor posição para nova tentativa de ser presidente, no pleito de 2017.

Desta vez, ele venceu com facilidade no segundo turno e assumiu o cargo com a missão de tratar os graves problemas da Libéria. Que problemas são esses? Para fazer uma análise justa do governo Weah, é preciso conhecer a história da Libéria – uma história única, que a diferencia de outras nações africanas, mas que não a impediu de sofrer de muitas das chagas que afetam quase todo o continente.

A Libéria é um país pequeno, com cerca de 5,2 milhões de habitantes, localizado na parte ocidental da África. Diferentemente do que aconteceu em praticamente todos os outros do continente, ela não foi colonizada por um país europeu. Na verdade, foram negros americanos quem ocuparam a região e deram início à nação que existe hoje.

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Uma nação de homens livres

Nos Estados Unidos do começo do século XIX, a escravização de africanos e seus descendentes ainda era uma realidade (ela só seria abolida definitivamente em 1861) quando o futuro dos libertos passou a ser uma preocupação. A Sociedade Americana de Colonização (American Colonization Society, ou ACS, em inglês) foi formada por brancos para encontrar uma solução. Dela participaram políticos históricos, como o então presidente James Madison, Thomas Jefferson, James Monroe e Andrew Jackson. E foi nela que surgiu a ideia de enviar os negros livres à África, de onde eles ou seus ancestrais tinham vindo.

Para parte dos brancos, era o jeito de evitar que os ex-escravizados inspirassem rebeliões dos ainda cativos e levassem a sociedade americana à “degeneração”, um pensamento racista comum da época. Por outro lado, outros acreditavam que esse realmente era o melhor destino para essa parte da população. Na verdade, muitos negros já viam essa ideia com bons olhos, inclusive antes da criação da ACS. Para eles, era preferível fundar uma nova nação na África a viver num país onde ainda eram discriminados e, mesmo livres, viviam apartados e privados de direitos.

Mulheres indígenas, de etnia nativa da Libéria, vestidas de acordo com suas tradições
Mulheres liberianas indígenas vestidas para uma celebração. Apesar de ser maioria, as etnias nativas ficaram na maior parte do tempo fora do poder na Libéria. (créditos: Harry A. McBride/WikiMedia Commons)

O plano começou a ser posto em prática em 1818, quando representantes da ACS foram à África procurar um local onde os negros poderiam viver. Quatro anos depois, chegaram os primeiros ex-escravizados que se assentaram por lá e, em 1824, foi criada a Libéria, literalmente “terra da liberdade”, e sua capital foi batizada Monrovia, em homenagem a James Monroe, presidente dos Estados Unidos na época. Um representante da ACS assumiu como governante.

A vida não era fácil para os novos habitantes: muitos deles não eram naturais da África e, mesmo que o fossem, eram originários de outros locais do continente. Portanto, eles sofreram para lidar com os nativos e se adaptar às condições de vida do local. Ainda assim, essa experiência foi se desenvolvendo e, em 1847, foi declarada a independência e a fundação República da Libéria. O americano negro Joseph Jenkins Roberts elegeu-se presidente daquela que se tornou a segunda república negra do mundo, depois do Haiti.

Da liberdade às guerras civis

Os fundadores da Libéria adotaram muitas das instituições dos Estados Unidos: o sistema presidencialista, a divisão do Legislativo entre Câmara dos Representantes e Senado, a língua inglesa, o estilo arquitetônico, entre outras. Entretanto, não conseguiram reproduzir o sucesso econômico que caracterizou aquela que viria a ser a nação mais poderosa do mundo.

A economia do país até hoje padece de problemas crônicos, como o baixo nível educacional da população, a infraestrutura precária e a dependência da exportação de matérias-primas, especialmente borracha, madeira e minério de ferro. Essa combinação o mantém, até hoje, vulnerável à pobreza e à corrupção endêmica e dependente de ciclos de commodities e empréstimos externos para ter crescimento econômico.

Pior do que isso, os américo-liberianos emularam o que de pior havia no país de onde vinham. “Os ex-escravizados que fundaram a Libéria replicaram as mesmas relações de segregação das quais tinham sido vítimas”, explica Alexandre dos Santos, jornalista e professor de África no Instituto de Relações Internacionais (IRI) da PUC-Rio. “Eles ocuparam terras das etnias locais, as expulsaram de parte dos seus territórios, escravizaram algumas delas para trabalhos agrícolas e domésticos e impediram que tivessem direito a representação política e voto”.

Jovens da Libéria armados em 1990, durante a Primeira Guerra Civil do país
Jovens liberianos armados durante a Primeira Guerra Civil da Libéria, que durou de dezembro de 1989 a setembro de 1996. (créditos: James G. Antal, R. John Vanden Berghe/WikiMedia Commons)

Essas relações sociais deram origem a conflitos que viriam a se agravar no final do século XX. Samuel Kanyon Doe, militar que recebeu treinamento do Exército dos Estados Unidos e membro da etnia Khran, deu um golpe de Estado em 1980, assassinou o presidente e tirou os descendentes de ex-escravizados americanos do poder pela primeira vez. Ele instalou uma nova constituição e prometeu entregar o poder de volta aos civis. Porém, tornou-se um ditador que perseguiu a oposição e, em 1986, realizou eleição presidencial cercada de acusações de fraude, da qual ele mesmo saiu vencedor.

Solados da Frente Patriótica Nacional da Libéria, que iniciou a participou da Primeira Guerra Civil da Libéria, desfilando em carro
Solados da Frente Patriótica Nacional da Libéria, que iniciou a participou da Primeira Guerra Civil da Libéria, desfilando em carro.
(créditos: James G. Antal, R. John Vanden Berghe/WikiMedia Commons)

A Libéria se tornou uma panela de pressão que inevitavelmente explodiria. Diversas facções rebeldes não aceitavam o governo de Samuel Doe e duas delas, comandadas por Charles Taylor e Prince Johnson, conseguiram capturar, torturar e matar o presidente, em setembro de 1990, diante de câmeras de televisão. Taylor e Johnson passaram, então, a disputar o poder entre si. Sem uma autoridade principal, a Libéria afundou numa terrível guerra civil que matou cerca de 250 mil pessoas e causou sérios traumas sociais e humanitários.

No ano de 1996, aconteceu nova eleição presidencial, vencida por Charles Taylor. Com o apoio de tropas da Comunidade Econômica dos Estados do Oeste Africano, o novo presidente conseguiu manter uma relativa paz na Libéria. No entanto, quando essas tropas se retiraram, os conflitos internos recrudesceram, com insurreições rebeldes no norte do país. Para piorar, o Conselho de Segurança da ONU impôs sanções por conta do apoio do governo liberiano a facções na Guerra Civil de Serra Leoa – posteriormente, Taylor seria julgado e condenado internacionalmente por crimes de guerra e contra a humanidade.

A Segunda Guerra Civil da Libéria durou de 1999 e 2003 e machucou ainda mais uma sociedade já flagelada pela violência, pela pobreza e pela desigualdade.

O retorno à paz e a mulher presidente

Charles Taylor deixou a Libéria em 2003, quando foi instalado o Governo de Transição Nacional, sob comando do empresário Guide Bryant e apoiado pelas Nações Unidas. Dois anos depois, aconteceu nova eleição presidencial. George Weah colocou-se como o candidato mais próximo do povo, conhecedor da realidade das pessoas mais pobres, e foi o mais votado no primeiro turno. Ellen Johnson-Sirleaf tinha perfil oposto: economista formada na Universidade de Harvard, ela já tinha sido ministra das finanças do país nos anos 1970.

Ambos passaram ao segundo turno, onde Sirleaf conseguiu virar sobre o ex-jogador para se tornar a primeira chefe de Estado eleita no continente africano. As mulheres liberianas, vale destacar, foram fundamentais nas negociações de paz que encerraram a guerra. A presidente tinha muito o que fazer: reconstruir um país devastado pelos conflitos internos e estabelecer laços sociais para evitar a repetição dos pesadelos dos anos anteriores. Sem contar a taxa de desemprego, que estava em 80% quando ela assumiu o cargo.

Sirleaf concentrou esforços na liquidação das dívidas externas da Libéria, o que conquistou em 2010, e na obtenção de investimentos internacionais. Também estabeleceu o Comitê da Verdade e Reconciliação para investigar casos de corrupção, esclarecer episódios das guerras civis e diminuir as tensões étnicas. Ironicamente, entre as sugestões do comitê – que não eram obrigatórias – estava a de barrar a própria participação política da presidente, por conta de seu apoio a Charles Taylor no começo da Primeira Guerra Civil.

Em 2011, ela foi laureada com o Prêmio Nobel da Paz dias antes da eleição presidencial, o que causou muitas reclamações de interferência externa por parte de seus adversários. George Weah estava novamente na disputa, mas desta vez como candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por Winston Tubman. Ambos fizeram acusações de irregularidades na votação do primeiro turno e retiraram suas candidaturas, selando a reeleição da presidente.

O segundo mandato de Sirleaf misturou avanços e retrocessos. Enquanto se esforçou para reprimir a corrupção, ela foi acusada de nepotismo por alguns de seus filhos terem cargos de alto escalão no governo ou em empresas estatais. Houve novas conquistas econômicas, mas estas acabaram sendo suprimidas pelo surto de ebola em 2014, que matou mais de 4800 liberianos.

Um craque sob pressão

Depois dessa contextualização histórica, dá para ter noção do desafio monumental que George Weah encara desde janeiro de 2018, quando assumiu a presidência da Libéria, e fazer uma avaliação mais justa de seus quase cinco anos de governo.

Na verdade, sua própria eleição foi conturbada, com acusações de fraude e com atraso na realização do segundo turno, no qual ele venceu Joseph Boakai, vice-presidente do segundo mandato de Ellen Johnson-Sirleaf, com 61,5% dos votos. Ainda assim, foi um momento histórico: desde 1944 não havia passagem de poder entre dois chefes de Estado eleitos democraticamente no país.

“Parte das questões mais graves na Libéria vem do fato de que o país empobreceu, teve suas instituições praticamente todas destruídas e uma parte relevante da população não teve possibilidade de qualificação, pois foi uma juventude envolvida nas duas guerras civis”, explica o professor Alexandre dos Santos. “O governo atual vem tendo as mesmas dificuldades da antecessora”, completa.

Bandeira da Libéria pintada em muro. Atualmente, o país tem o ex-jogador de futebol George Weah como presidente
“Em busca da Liberdade”.Libéria significa, literalmente, “terra dos livres”, pois foi fundada por ex-escravizados que imigraram dos Estados Unidos.
(créditos: reprodução/Picasa)

Durante a campanha, Weah se comprometeu com o combate à corrupção, a reconstrução da infraestrutura e a retomada do desenvolvimento econômico. Logo que assumiu o cargo, ele cortou 25% do próprio salário, prometeu lutar para permitir que pessoas não negras recebam cidadania liberiana e tenham propriedades no país (algo proibido pela Constituição) e anunciou um projeto de infraestrutura no valor de 3 bilhões de dólares. Ele também assinou um tratado de cooperação com a União Europeia na esperança de conseguir milhões de euros em investimentos.

Porém, logo no primeiro ano de mandato, King George enfrentou sua primeira grande crise quando 16 bilhões de dólares liberianos (o equivalente a 104 milhões de dólares, na época) simplesmente desapareceram quando estavam a caminho do Banco Central. Esse montante representava nada menos que 5% do PIB da Libéria. Manifestantes foram às ruas naquela ocasião e voltaram a protestar em 2019 e 2020, principalmente por conta da situação da economia, que mostrava sinais de deterioração.

Falando ao site GE.com, o empresário liberiano Bleejay Innis avaliou o sentimento em relação ao governo. Segundo ele, havia a expectativa de que Weah resolveria rapidamente os problemas da economia, criando novos empregos e melhorando a educação. “Metade da população fala que ele precisa de mais um tempo para trabalhar e a outra parte fala que ele não está pronto para ser político”, resumiu.

Os adversários políticos, como é de se esperar, têm atacado a gestão Weah. Líder da oposição, Alexander Benedict Cummings considera os membros da gestão “irremediavelmente corruptos, perigosamente incompetentes e imutavelmente irresponsáveis”. Em agosto deste ano os Estados Unidos promoveram sanções contra três oficiais de alto escalão do governo liberiano acusados de corrupção, incluindo o ministro das Relações Exteriores, Nathaniel McGill, que também atuava como chefe de equipe da gestão. Weah suspendeu os três, mas isso não diminuiu o descontentamento da população.

O cenário é ingrato para um presidente no qual foram depositadas muitas esperanças e de quem se espera uma atuação que quebre com os costumes políticos do país. Apesar disso, Alexandre dos Santos aponta George Weah como favorito para o pleito de 2023. “Ele tem todas as chances de reeleição porque possui o apoio das Forças Armadas e das igrejas evangélicas da Libéria, que hoje são uma das forças sociais que devem ser levadas em consideração, principalmente nas regiões do litoral, onde vive a maioria da população liberiana”.

Adultos estudando na Libéria, onde o presidente é George Weah, ex-jogador de futebol
Os baixos níveis de educação e qualificação constituem parte das causas da pobreza e da desigualdade que marcam a história da Libéria. (créditos: Garyfox Gayflor/USAID)

O “gol da Libéria” na Copa do Mundo

Uma das experiências que George Weah não pode viver como jogador de futebol é disputar a Copa do Mundo. A Libéria está entre as seleções mais fracas da África e, em sua história, disputou apenas duas edições da Copa Africana de Nações e nunca se classificou para o mundial.

Só que, recentemente, ele pode realizar esse sonho por meio de seu filho Timothy, que nasceu em Nova Iorque e joga pela seleção dos Estados Unidos. Foi dele o gol do empate em 1 a 1 contra o País de Gales, na primeira rodada da Copa do Catar. Jogador do Nantes, da França, ele dificilmente vai ter uma carreira tão impactante quanto a do pai, mas a arrancada para receber o passe de Christian Pulisic e, principalmente, a finalização fria e precisa lembraram bastante o estilo de King George.

O presidente da Libéria recebeu críticas dos opositores por viajar ao Catar para assistir aos jogos do filho, enquanto seu país segue enfrentando as velhas dificuldades. Por outro lado, a repercussão do gol de Timothy ao menos deu visibilidade ao pequeno país da África ocidental que costuma receber pouca atenção da imprensa internacional. Que isso sirva, ao menos, para jogar luz nas contradições de uma sociedade que não vê a hora de deixar o passado para trás e construir um novo futuro.

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