Protestos no Irã chegam ao futebol e afetam a seleção antes da Copa do Mundo

Por Luiz Vendramin Andreassa

O Irã tem um dos sistemas políticos mais fechados e autoritários do mundo. Ainda assim, de tempos em tempos, as autoridades enfrentam – e reprimem – manifestações de descontentamento da população. Desde setembro, uma dessas erupções preocupa os governantes. O calor promovido por ela transbordou fronteiras, chegou a outros países e tem afetado o futebol iraniano a poucas semanas da Copa do Mundo.

Tudo começou quando a jovem Mahsa Amini, da minoria étnica curda, foi presa pela Polícia da Moralidade, órgão responsável por fazer cumprir a lei islâmica. A acusação era de usar o véu de forma inadequada, sem cobrir todo o seu cabelo. Três dias depois, em 16 de setembro, ela faleceu no hospital. Segundo o governo iraniano, a causa foi uma doença; para a família, ela foi espancada até a morte.

Centenas de pessoas se reúnem em protesto no Irã contra a morte de Mahsa Amini e contra o governo do país.
Estudantes da Universidade Amir Kabir protestam contra a morte de Mahsa Amini e o governo teocrático do Irã. (créditos: Darafsh/Wikimedia Commons)

O acontecimento despertou a fúria de dezenas de milhares de iranianos, na maior parte jovens, que iniciaram protestos em diversas cidades pelo país. Eles gritam palavras de ordem como “mulher, vida e liberdade” e “morte ao ditador”, em referência a Ali Khamenei, líder supremo e figura mais poderosa do Irã. O governo afirma que as manifestações se tratam de vandalismo e apontam influência de inimigos externos, como Estados Unidos e Israel. A resposta tem sido dada com mão pesada: repressão violenta e assassinato de mais de 270 manifestantes até o momento em que esta matéria é escrita, incluindo crianças.

Por mais que este não seja o primeiro – e provavelmente nem o último – movimento de contestação ao regime, o fato de haver manifestações por tanto tempo é surpreendente em uma sociedade que há décadas sofre com ditaduras e supressão de direitos básicos. Além disso, há manifestações de apoio em outros países, como Estados Unidos, Austrália e Alemanha. Por tudo isso, elas são consideradas o maior desafio ao poder constituído desde a Revolução Islâmica de 1979. O foi essa revolução e como ela se relaciona com o cenário atual é o que vamos explicar agora.

Uma tentativa de Estado laico

O Irã é berço de uma das civilizações mais antigas da humanidade, a Pérsia – inclusive, esse era seu nome oficial até 1935. Não foi só o nome do país que mudou durante a primeira metade do século XX. Em 1925, aproveitando-se da fragilidade da dinastia dominante e do apoio britânico, o militar Reza Khan tomou o poder e iniciou o período monárquico. Ele trocou o próprio nome para Reza Xá Pahlavi, sendo que “xá” passou a denominar o chefe do novo regime.

Alinhado à cultura ocidencial, o novo líder impulsionou diversas mudanças na sociedade iraniana, cuja maioria da população é muçulmana da corrente xiita. Ele promoveu reformas sociais, jurídicas e educacionais de orientação secular – ou seja, visando a separação entre Estado e religião – que reduziram o poder dos grupos islâmicos. As mulheres passaram a ter maior liberdade, inclusive com aumento da idade mínima para casar e regras mais igualitárias para o divórcio. Por outro lado, o governo suprimiu e censurou partidos políticos, sindicatos e veículos de imprensa.

Reza Xá Pahlavi, monarca do Irã
Legado contraditório: governo de Reza Xá Pahlavi tentou modernizar o Irã, mas reprimiu contestações de seus opositores. (créditos: Wikimedia Commons)

Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo Pahlavi tentou resistir à pressão dos Aliados – aliança liderada por Estados Unidos, União Soviética, Reino Unido e China – para cortar relações comerciais com a Alemanha nazista. O Irã era uma importante rota de transporte de material bélico entre EUA e URSS, e sua resistência motivou uma invasão anglo-soviética em 1941. Reza Xá não conseguiu manter-se no poder e abdicou em nome de seu filho, Mohammad Reza Pahlavi.

Enquanto o novo monarca lidava com as complicações da guerra, o regime afrouxou o controle interno, o que permitiu o surgimento de novos partidos políticos e maior liberdade de expressão e de imprensa. Foi assim que diversos grupos se uniram para formar a Frente Nacional, uma coalizão entre clérigos, nacionalistas e partidos de esquerda. Seu líder, o político e advogado Mohammad Mossadegh, foi eleito primeiro-ministro em 1951 e imediatamente nacionalizou a indústria de petróleo do país, entrando em conflito com o xá.

Enfrentando um adversário extremamente popular, Mohammad Reza Pahlavi fugiu do Irã. Porém, as medidas nacionalistas de Mossadegh feriam os planos das potências ocidentais, interessadas na exploração dos fartos campos de petróleo. A CIA, agência de inteligência americana, apoiou o golpe que derrubou o primeiro-ministro e recolocou o xá no poder.

A marcha acelerada da Revolução Branca

Restaurada a monarquia, o Irã passou por um momento de intensas transformações conhecido como Revolução Branca. O xá promoveu uma série de mudanças estruturais, entre elas a redistribuição de terras para 2,5 milhões de famílias, o fornecimento de educação e saúde para áreas rurais e reformas para aumentar a autonomia das mulheres. A exploração do petróleo, feita em parceria com empresas estrangeiras, patrocinou investimentos em industrialização e um acelerado incremento da renda da população. O país deixou de ser majoritariamente rural e se urbanizou rapidamente.

Vendo de fora, o Irã parecia um caso de sucesso. O crescimento econômico se unia às reformas seculares, promovendo a transformação para uma sociedade cada vez mais desenvolvida e moderna – ao menos na concepção ocidental. Mas os iranianos sabiam que a situação não era tão simples. O governo usou a força da SAVAK, que fazia o papel de polícia secreta e serviço de inteligência, para combater grupos de oposição por meio de censura, detenções ilegais e tortura.

Além de sofrer com a repressão, a população logo passou a lidar com a mudança de cenário na economia. Os anos de bonança deram lugar a instabilidade. O acelerado gasto público, as variações no preço do petróleo e as flutuações do mercado internacional causaram um forte aumento da inflação. Como resposta, o governo tentou controlar os preços à força, o que só piorou a situação.

Enquanto isso, um professor de filosofia chamado Ruhollah Musavi Khomeini começava a angariar a simpatia dos iranianos. Como aiatolá, figura mais alta na hierarquia do islã xiita, ele usava um discurso populista para dar voz ao descontentamento, seja da esquerda nacionalista ou da direita conservadora e religiosa. Mesmo tendo de recorrer ao exílio, Khomeini manteve-se popular por meio de fitas de suas falas que eram contrabandeadas para dentro do Irã. Quando ele voltou a sua terra, foi para ficar – e para transformar o destino do país.

Revolução Islâmica: o início do Irã atual

Mohammad Reza Pahlavi estava enfraquecido fisicamente, por conta de um câncer, e politicamente, devido às manifestações contra seu governo. Alegando viajar de férias, o monarca saiu do país em janeiro de 1979 e não retornou. Ele morreu no ano seguinte no Cairo, capital do Egito, gerando a oportunidade perfeita para Khomeini tomar o poder.

A ascensão do aiatolá e seu grupo de clérigos, chamada de Revolução Islâmica, inaugurou uma nova era. Um referendo transformou o Irã em uma teocracia baseada na sharia, a lei islâmica, com Khomeini como líder supremo. As facções mais moderadas do grupo revolucionário foram suprimidas pelos setores mais conservadores. E o regime recém-criado se mostrou tão violento quanto o anterior, ou até mais, quando se tratava de lidar com qualquer forma de oposição – e, pior, muito mais intrusivo na vida dos cidadãos.

Khomeini foi o responsável por criar a doutrina para justificar essa atuação estatal. Segundo ela, o islã enfrentava um perigo existencial durante o governo do xá, ou seja, corria o risco de deixar de existir. Para evitar isso, medidas extremas deveriam ser tomadas, unindo as capacidades do Estado moderno (com sua burocracia, monopólio da violência e capacidade de vigilância) às rígidas leis religiosas. De acordo com essa linha de pensamento, a obediência às ordens do governo era mais importante que os mandamentos islâmicos, como orações, jejuns e a peregrinação para a Meca.

Contraditoriamente, o próprio aiatolá afirmou, em entrevista ao The New York Times em 1979, que “ditadura é o maior pecado na religião do Islã”. Isso passou longe de impedir o crescimento do autoritarismo: apesar das eleições regulares para presidente e primeiro-ministro (cargo extinto em 1989), o poder até hoje se concentra no líder supremo. Ele é o chefe de Estado e o comandante das forças armadas. É o responsável por indicar o chefe do Judiciário e seis dos doze membros do Conselho de Guardiãos, o órgão mais influente do regime, que pode inclusive vetar candidatos à presidência e ao Parlamento.

Retratos de Ruhollah Khomeini, líder da Revolução Islâmica do Irã, em seu funeral
Funeral de Ruhollah Khomeini, líder da Revolução Islâmica, teve de ser interrompido por conta da invasão de seus seguidores. (créditos: Wikimedia Commons)

Ruhollah Khomeini morreu em 1989, aos 86 anos. O enterro teve de ser interrompido por conta da invasão de pessoas que, querendo vê-lo uma última vez, destruíram seu caixão. O presidente Ali Khamenei foi o escolhido para assumir seu lugar, onde está até hoje. Junto dos clérigos mais conservadores, ele é quem dita os rumos políticos, culturais e sociais do Irã. Esse grupo usa suas prerrogativas para limitar o campo de ação de presidentes reformistas, como Mohammad Khatami (1997-2005), e Hassan Rohani (2013-2021), e para favorecer candidatos conservadores, como Mahmoud Ahmadinejad (2005-2013) e o atual presidente Ebrahim Raisi.

Isso não significa que o regime tenha passado suas mais de quatro décadas de existência sem contestação. Novas formas de comunicação, como a internet, e o contato com ideias vindas do exterior ajudaram a fomentar o descontentamento social em parcelas da população, especialmente os mais jovens, a partir da década de 1990. Protestos e manifestações acontecem com alguma regularidade e são invariavelmente reprimidos pelo governo. Também há pressão e denúncias constantes por parte de órgãos internacionais de direitos humanos.

Ainda assim, a sedimentada estrutura política iraniana garante que as mudanças, quando acontecem, sejam muito tímidas. Mulheres, pessoas LGBTQIAP+ e minorias étnicas e religiosas são vítimas constantes de abusos, prisões arbitrárias e tortura. Violência desmedida e pena de morte são usadas para reprimir opositores e o governo mantém controle sobre órgãos de imprensa, além de bloquear o uso de redes sociais, como Facebook, Telegram, Twitter e YouTube.

O mundo do futebol se manifesta

Os clérigos mais conservadores ficaram furiosos quando, em agosto de 2022, o presidente Ebrahim Raisi cedeu à pressão da Fifa e permitiu, pela primeira vez na história da República Islâmica do Irã, que 500 mulheres assistissem a uma partida do Campeonato Iraniano. Enquanto Esteghlal e Mes Kerman se enfrentaram em campo, elas entoaram gritos de protesto e homenagens a Sahar Khodayari.

Conhecida como “Blue Girl”, essa torcedora do Esteghlal costumava se disfarçar de homem para frequentar os jogos do seu time de coração, até que foi presa em 2019. Desesperada diante das punições que provavelmente receberia e sem poder tomar os remédios que tratavam sua bipolaridade, a jovem ateou fogo em seu próprio corpo e morreu.

O possível avanço obtido com a presença das mulheres no estádio foi ofuscado, poucos dias depois, por dois casos que revoltaram setores da sociedade iraniana. Duas jovens que protestavam contra a morte de Mahsa Amini foram presas e morreram enquanto estavam sob custódia das forças policiais: Nika Shakarami, de 17 anos, e Sarina Esmailzadeh, de 16. Nos dois casos, a alegação oficial é de que elas se jogaram de um prédio. Em ambos, porém, familiares e órgãos de defesa de direitos humanos, como a Anistia Internacional, afirmam que elas foram espancadas até a morte.

As novas suspeitas de assassinato só fizeram aumentar a indignação, e esta logo chegou ao mundo do futebol. O treinador e ex-jogador Ali Karimi, que atuou por Bayern de Munique e Schalke 04, teve sua casa invadida após se manifestar contra a repressão. Além disso, ele foi acusado de “reunião e conluio com a intenção de agir contra a segurança nacional” pelo governo – acusação frequentemente usada para perseguir opositores. O ex-zagueiro Hossein Mahini, que jogou pela sua seleção na Copa do Mundo de 2014, chegou a ser preso e precisou pagar fiança para voltar à liberdade.

Atletas em atividade também têm se posicionado – mesmo que de modo mais tímido, por conta da pressão dos dirigentes dos clubes em que jogam. É o caso dos jogadores do Sepahan: em 14 de outubro, antes da vitória por 2 a 0 contra o Sanat Naft, eles se abraçaram e olharam para baixo, gesto percebido como um protesto contra o governo. Seria arriscado fazer algo muito além disso: depois de o zagueiro Mohammad Nejad Mehdi postar uma mensagem contra a polícia nas redes sociais, o CEO do clube, Mohammad Reza Saket, ameaçou demitir os jogadores que fizessem o mesmo. Ainda assim, houve manifestações mais contundentes, como a de Zobeir Niknafs. Meio-campista do Esteghlal, ele divulgou um vídeo raspando o próprio cabelo, gesto usado por mulheres iranianas em solidariedade a Mahsa Amini.

Fora do Irã, a situação também repercute. Na partida entre Borussia Dortmund e Bayern de Munique, pelo Campeonato Alemão, a torcida aurinegra estendeu uma faixa de protesto no estádio Signal Iduna Park. “Ei BVB, semana passada vocês perderam uma torcedora. Sarina Esmailzadeh foi morta pelo Regime Islâmico do Irã nos #IranProtests. Seja a voz de Sarina!”, dizia a mensagem.

Torcida do Borussia Dortmund exibe faixa de morte de Sarina Esmailzadeh, torcedora do clube que morreu sob custódia do governo iraniano protesto
Torcedores do Borussia Dortmund usaram uma faixa para protestar contra a morte de Sarina Esmailzadeh, torcedora do clube que morreu sob custódia do governo iraniano. (créditos: reprodução/Twitter)

Como o Irã chega à Copa do Mundo?

Aos 33 minutos do segundo tempo, Mehdi Taremi, bem posicionado dentro da área, finalizou o cruzamento que veio do lado esquerdo. Ele contou com um desvio em Sebastián Cáceres para anotar o gol solitário do Irã contra o Uruguai, em amistoso disputado no final de setembro. A vitória sobre um time recheado de jogadores famosos, como Federico Valverde, Luis Suárez e Darwin Núñez, mostra que os Príncipes da Pérsia chegam à Copa do Mundo do Catar como uma equipe que pode dificultar a vida de adversários mais poderosos.

Contratado em abril deste ano, o português Carlos Queiroz vai comandar a seleção pela terceira vez em mundiais. Em 2014, apesar do último lugar no grupo F, os iranianos ficaram apenas três pontos atrás da Nigéria, segunda colocada, e só perderam para a Argentina nos minutos finais, com gol de Lionel Messi. Quatro anos depois, na Rússia, a classificação inédita para a fase eliminatória ficou ainda mais perto: com quatro pontos, a equipe ficou apenas um atrás dos líderes Espanha e Portugal.

Com perfil defensivo, Queiroz montou uma equipe bastante organizada taticamente, que não encanta, mas que dificilmente faz feio. Seus anos de experiência como técnico do Irã garantem segurança e estabilidade também fora das quatro linhas: um dos motivos para sua recontratação é justamente a capacidade de blindar o elenco contra as instabilidades e os conflitos da sociedade iraniana. A federação de futebol do país tem cancelado entrevistas coletivas e pressionado o técnico a não falar de política com a imprensa.

Ainda assim, os jogadores vêm tentando manifestar seu apoio aos protestos que balançam o Irã. Sardar Azmoun, atacante do Bayer Leverkusen e grande astro da equipe, postou em suas redes sociais: “se eles são muçulmanos, Senhor, me transforme em um descrente”. O zagueiro Saeed Ezatolahi Afagh, por sua vez, escreveu: “O direito das pessoas nem sempre é dinheiro, às vezes é a lágrima que você não deveria ter causado e o suspiro que não deveria ter colocado no peito de alguém… #Mahsa_Amini”.

Ambos os atletas apagaram seus posts, e Sardar Azmoun explicou o motivo: as regras da Federação Iraniana de Futebol proíbem manifestações. “Mas não posso mais ficar quieto. Se for expulso da seleção nacional por isso, esse sacrifício não vale nem um único fio de cabelo na cabeça de uma mulher iraniana. Vocês deveriam se envergonhar pela facilidade com que matam pessoas. Viva as mulheres do Irã!”, completou o “Messi iraniano”, como é chamado pelos torcedores. Antes do amistoso contra Senegal, que terminou empatado em 1 a 1, os atletas acompanharam o hino nacional do Irã com blusas pretas, gesto interpretado como um protesto contra a repressão do governo.

Há quem faça críticas e considere essas atitudes pouco contundentes – mesmo diante da ameaça de corte semanas antes de um torneio tão importante para a carreira de qualquer jogador de futebol. Há quem defenda medidas radicais. A Open Stadiums, organização que há anos luta pelo direito de mulheres frequentarem jogos no Irã, enviou uma carta aberta à Fifa pedindo a exclusão da equipe da Copa do Mundo no Catar. Dias depois, um grupo de atletas iranianos fez a mesma coisa. Ex-jogadores assinaram ambas as petições, incluindo Ali Daei, um dos maiores ídolos da seleção iraniana.

“A FIFA deve escolher um lado. A neutralidade da FIFA não é uma opção, dado que a FA iraniana não tem sido neutra, mas tem sido mobilizada para fortalecer a opressão e a exclusão sistemática das mulheres no ecossistema esportivo. Além das mulheres, o governo iraniano também abafou as vozes de vários atletas no país e impediu seus direitos de falar diante do mal em exibição”, diz um trecho da carta dos atletas.

É muito improvável que a Fifa atenda aos pedidos. Para começar, se a entidade realmente se preocupasse com os direitos humanos e as liberdades individuais, não teria escolhido o Catar como sede do torneio. Como o Futebocracia contou, há inúmeras denúncias de mortes de trabalhadores estrangeiros que erguem os estádios do Mundial. Além disso, o governo catari é tão repressivo quanto o iraniano e criminaliza a homossexualidade, limita direitos das mulheres e usa violência para reprimir opositores.

O Irã chega à Copa do Mundo entre dois sentimentos contraditórios: a esperança de fazer uma campanha histórica e o envolvimento com o que acontece no país. Para completar, o sorteio o colocou em uma chave com enorme carga política: Inglaterra, Estados Unidos e País de Gales completam o grupo B. Os americanos são, junto de Israel, os grandes antagonistas do regime iraniano.

Enquanto estiverem em campo buscando a classificação, dificilmente os jogadores poderão esquecer tudo que está em jogo. Por ora, uma mudança real no regime parece tão improvável quanto um título mundial – mas algo está se movendo.

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